Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la.
Tem gente que acha que faz falta, e de fato, admito que faz um pouco. Mas logo passa. Algumas pessoas acham que eu não vivo sem elas; acham que me tem na mão, inteiramente delas. Ah, por favor, vamos criar consciência de que ninguém é suficiente pra ninguém aqui. Eu sou suficiente pra mim mesma, e isso é o que importa. O resto, ou faz transbordar ou faz faltar.
(…) Não acredito em quem diz que ama, mas não se preocupa. Não precisa ser paranoico, mas precisa ser alguma coisa, uma ponta de preocupação, uma sensibilidade que seja. Amar alguém, no âmbito que for, é acordar de um pesadelo com a pessoa e ligar na hora para perguntar se está tudo bem. É sentir a tal “sensação ruim” no meio da tarde e atrapalhar o trabalho do amigo pedindo para ele se cuidar. É ouvir a outra pessoa tossir porque se engasgou e ir correndo buscar água ou olhar para ela com uma cara apavorada pedindo que não morra. Tudo bem, ninguém morre engasgado todos os dias, mas eu já li umas coisas a respeito por aí. Pode acontecer, está bem? De qualquer forma, só para prevenir, me chama quando tossir mais forte.